Por que um repositório?

A atuação de Naine Terena vai além das suas ações profissionais.  Aliás, é holística, pois, Naine se utiliza das ferramentas adquiridas no decorrer dos tempos, para falar de questões que são importantes para todas as pessoas. E é a partir de sua presença e articulação que temos mudanças importantes em alguns setores da sociedade brasileira e internacional.  Por exemplo, Naine foi uma das primeiras pessoas indígenas a discutir a psicologia para povos indígenas. Também, uma das primeiras mulheres a produzir audiovisual, com enfoque no videoarte e também a pesquisar sobre a arte indígena. 

Ela propõe o que chama de Quarto momento da história indígena, a partir do estudo minucioso de muitos outros momentos e vertentes da história indígena. Advoga pelas manifestações estéticas indígenas no circuito das artes e a geração de rena e a melhoria das relações com as artesanias indígenas.  Sua atuação também é bastante inovadora, quando movimenta projetos de pesquisas com financiamentos de Agencias de fomento, num cenário onde mulheres agora conseguem emergir como pesquisadoras-chefes no mundo acadêmico. 

Para além disso, movimenta e move mulheres em diferentes perspectivas de atuação, fortalecendo as redes e propondo uma cadeia criativa, de apoio e de visibilidade.  Nesta página é possível ver um pouco mais de sua atuação e como essa atuação impactou na história indigena brasileira, tanto no campo acadêmico, como nas políticas e gestão cultural. 

Quem é Naine Terena

Naine Terena de Jesus (Cuiabá, Mato Grosso, 1980). Professora, cineasta, artista, curadora, pesquisadora. Integrante da etnia Terena, atua entre a prática educativa e a produção audiovisual, contribuindo para projetos de valorização e difusão das culturas indígenas em diversos níveis do sistema das artes, seja para a instrumentalização das comunidades no uso de dispositivos tecnológicos que permitem a elaboração de narrativas sobre seu cotidiano e história, seja no entendimento dos meandros do sistema de circulação de informações, e sua efetiva inserção no meio artístico.

Forma-se em Comunicação Social pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em 2003. Torna-se mestra em Artes pela Universidade de Brasília (UNB), em 2007. Gradua-se doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 2014.

Ainda em sua trajetória como pesquisadora, realiza dois estágios pós-doutorais, ambos com fomento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), desenvolvendo pesquisa entre Tecnologia, educação e arte, em especial a produção audiovisual. Atuou como professora substituta da mesma instituição entre 2008 e 2009. Foi Docente na Faculdade Católica de Mato Grosso e criou a Oráculo Comunicação, Educação e Cultura desde 2012 (como MEI). Tanto em suas pesquisas acadêmicas quanto em suas atuações no sistema das artes, Naine advoga em prol de eventos e ações onde haja uma centralidade do pensamento epistemológico e cosmogônico indígena, principalmente em espaços tradicionalmente reticentes a perspectivas de mundos e práticas decolonial. 

Foi diretora de Educação e formação artística no Ministério da Cultura 2023-2024 e atualmente coordena a pesquisa Museu Lab de arte, ciência e tecnologia – CNPQ/FAPEMAT e o Projeto Desinformação em saúde – Ministério da Saúde e CNPQ. Criou a Casa Vítuka em novembro de 2024, para ser um espaço de formação artística e cultural.
https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa641821/naine-terena





"Naine Terena de Jesus tem um grande currículo. Indígena da etnia Terena, Naine é doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), título difícil de ser alcançado. Segundo dados do 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), cerca de 0,1% da população brasileira chega a este grau de formação. Não há uma pesquisa formal quanto ao número de indígenas que já se tornaram doutores no Brasil, mas não é difícil imaginar que este universo seja ainda mais restrito no nosso país."
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